sábado, 19 de julho de 2014

COM BARRICADAS, VILA DIQUE FECHA AVENIDA PARA DENUNCIAR VIOLAÇÃO DE DIREITOS


Texto e fotos: Mariana Pires
IMG_1806 (500x333)
Na tarde dessa sexta-feira (18), a comunidade da Vila Dique realizou um ato para reivindicar respostas do poder público ao abandono e às violações de direitos a que estão submetidos. A comissão de moradores quer uma reunião imediata com o diretor do Departamento Municipal de Habitação (Demhab) para debater a situação das 600 famílias que estão no local abandonadas pelo Estado após as remoções de parte dos moradores para a construção de uma nova pista para oAeroporto Salgado Filho.
Quando Porto Alegre foi escolhida uma das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, a Prefeitura e a Infraero anunciaram que seria efetivada a duplicação da pista do aeroporto. A obra abrangeria parte da Vila Dique, localizada na entrada da cidade há mais de 40 anos. O governo retirou da comunidade todos os equipamentos públicos e, depois da desistência de realização da obra, deixou a população esquecida. Crianças, idosos e trabalhadores estão mobilizados para chamar atenção da população e do governo para esse abandono.
IMG_1816 (500x333)
O ato iniciou às 16h, quando os moradores fecharam o final da Avenida das Indústrias com barricadas. Ali permaneceram com faixas e cartazes que pediam posto de saúde, escola, creche, saneamento básico, asfalto e iluminação nas ruas. A manifestação reuniu cerca de 200 pessoas. Com a Tropa de Choque e a Brigada Militar armadas e com tensão no ar, a população encerrou o ato e voltou para a vila. Segundo os moradores, as mobilizações seguem até o Demhab chamar as lideranças para o diálogo.
IMG_1818 (500x333)
O cadastramento das famílias que seriam removidas da Dique foi feito de 2005 a 2006 e as remoções começaram em 2009. Com elas, começaram a ser destruídas algumas estruturas, incluindo o posto de saúde da Vila Dique. Hoje, mais de 800 famílias já foram reassentadas e 600 continuam no local.
IMG_1824 (500x333)
Os moradores da Vila Dique reivindicam:
- Reunião imediata da Comissão de moradores com o Diretor do Demhab – As familias não querem mais ser enganados pela assistente social que seguidamente tem tratado as famílias de maneira hostil e desrespeitosa;
- Faixa de segurança na entrada da comunidade;
- Conserto da estrada de chão que cruza toda a comunidade;
- Conserto dos postes de iluminação pública, que hoje encontram-se sem funcionamento, deixando todos às escuras, gerando muita insegurança na comunidade;
- Posto de Saúde na comunidade, já que os moradores conquistaram com muita luta todos os equipamentos públicos que haviam ali e que agora foram todos retirados para o novo assentamento, ficando a antiga comunidade sem qualquer assistência do poder público;
- Moradia digna (mais que um teto e quatro paredes, mas uma condição de vida segura e estável com acesso aos serviços públicos necessários a prover uma vida digna a todos);
- Respostas às demandas de desmembramento familiar, já que o cadastro das famílias foi feito em 2005;
- Urbanização da comunidade onde está, para permitir melhores condições de vida para as famílias que não estão cadastradas e para as que já retornaram do novo assentamento, que não responde aos anseios das famílias
.

Nenhum comentário:

Postar um comentário